Metaverso: O que é e como funciona
Chegamos ao “Admirável Mundo Novo”? Em 1932, Aldous Huxley escreveu o famoso romance que viria a ser eleito como um dos maiores de língua inglesa do século XX. Com o surgimento do metaverso, automaticamente muitos dos que leram este livro imediatamente fizeram a comparação. Huxley teria previsto o que está surgindo?
Sem dar spoiler, podemos dizer que se trata de uma história ocorrida em Londres, no ano de 2.540, onde o autor antecipa desenvolvimentos tecnológicos capazes de mudar toda uma sociedade, impactando desde aspectos reprodutivos até manipulação e condicionamento humano.
O que é metaverso?
Um dos precursores na corrida pelo metaverso é Mark Zuckerberg, que ano passado alterou o nome do Facebook para Meta, um movimento radical visando a transformação que está por vir. Porém, ao contrário do que muitos pensam, o metaverso não é o Facebook e nem é de propriedade do Zuck.
Todas as grandes empresas de tecnologia, especialmente as redes sociais, buscam a todo custo participar da vida das pessoas o máximo que elas puderem. Para tanto, se utilizam de inúmeras ferramentas – desde soluções tecnológicas até artifícios psicológicos para manter as pessoas conectadas. Não à toa, muitos já consideram os smartphones verdadeiras “extensões dos braços”, dado que as pessoas não os largam.
Incontáveis exemplos de manipulação para nos manter conectados poderiam ser citados, mas nesse texto focaremos no metaverso.
Trata-se de mais um meio das grandes empresas participarem 24 horas de nossas vidas – desta vez, de uma maneira mais intensa e profunda.
Isso porque o metaverso é uma espécie de nova realidade (ou nova internet) onde o mundo físico e o virtual se confundirão. Se valendo de realidade virtual, realidade aumentada e internet, o metaverso replicará a nossa realidade em um ambiente que mistura físico e digital.
Metaverso na prática
Hoje, os exemplos que temos são quase todos relacionados a games, mas o objetivo é ampliar a utilização para todas as áreas. Desde aulas de medicina (que ficarão mais ricas e interativas) até turismo, arquitetura, educação etc. Nada passará ileso ao metaverso. Tudo será impactado.
Partindo para situações reais, podemos citar o famoso jogo Second Life. Nesse jogo, os usuários criavam uma realidade paralela onde era possível não só jogar, como também socializar com os demais usuários, comprar e vender propriedades etc.
Aliás, Fortnite, um dos jogos mais populares do mundo, permitiu recentemente que os usuários assistissem a um show especialmente para eles. Quem o criou foi o músico Travis Scott. O espetáculo, denominado Astronomical, que atualmente conta com mais de 178 milhões de views, ocorreu ao vivo, dentro do jogo, e você pode conferir a gravação abaixo:
Note que o avatar de Travis reproduz as suas características reais. Durante o show, todas essas “pessoas/avatares” que você vê são reproduções reais de outros jogadores que assistiam ao show ao vivo e interagiam com os seus respectivos avatares, misturando o mundo real e o virtual.
Não para por aí, a tecnologia não fica restrita a shows. Marcas lançam produtos, realizam eventos, vendem propriedades… tudo dentro dessa nova realidade.
Proposta de metaverso é que reuniões misturem o mundo virtual e o real
Estima-se que em 2022 centenas de milhares de reuniões profissionais ocorrerão dentro do metaverso. Outra grande aposta são as aulas, especialmente após a pandemia da covid-19.
Ou seja, a vida das pessoas passa definitivamente a acontecer tanto no mundo físico como no digital, iniciando-se, aparentemente, uma nova realidade, onde não mais existirá a fronteira físico/digital, tudo se tornará uma coisa só, confundindo-se a todo instante. É um mercado gigantesco que surge e o Brasil, por ter mais de 94 milhões de gamers, está bem-posicionado.
Surgirão infinitas questões jurídicas envolvendo propriedade intelectual, crimes, marcas, contratos etc. Mas isso é assunto para um outro texto.
O texto acima tem função informativa e não impositiva. Para quaisquer informações adicionais, consulte-nos.
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