QUER ESTUDAR COM ALBERT EINSTEIN, FREUD, PONTES DE MIRANDA ENTRE OUTROS? A I.A. PERMITE, SÓ NÃO SABEMOS SE É O MAIS INDICADO

Já imaginou que incrível ter uma aula com o Pontes de Miranda explicando todas as suas teorias? Ou então, o próprio Einstein falando da Teoria da Relatividade? O que dizer, ainda, de Freud explanando a respeito do subconsciente? Genial, para dizer o mínimo!

A Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong está testando essa realidade. Com um capacete de realidade virtual ou assistindo a uma tela, estudantes do curso de “Redes Sociais para Criativos” podem assistir a uma aula do  Albert Einstein sobre a teoria dos jogos.

Isso foi possível por meio do uso da Inteligência Artificial, que está gerando avatares com aparência, voz e gestos personalizados.

Trata-se de um teste interessante. Suspeita-se que com isso será possível suprir a falta de profissionais, bem como aumentar a produtividade.

Antes que você pense que é o fim dos professores, se acalme… O professor Pan Hui, responsável pelo projeto, defende a coexistência. Isto é, o uso de avatares em conjunto com o suporte do professor.

A meu ver, seria uma dupla sensacional. Enquanto o avatar transmite o conteúdo tradicional, as ideias históricas, o professor de carne e osso se dedica a fazer as ponderações e interferências pertinentes, comparações com cenários atuais, enriquecer com as suas experiências pessoais práticas, lidar com a inteligência emocional dos alunos, incentivar a criatividade, estimular o pensamento crítico etc.

Em outras palavras: a I.A. fica com o trabalho de reproduzir o que os livros trazem e, em tese, qualquer um poderia aprender lendo, enquanto o professor de carne e osso se ocupa em enriquecer a aula com todos os outros aspectos citados.

Sem falar que o professor tem ainda a missão de acompanhar qualquer deslize que ainda esteja presente na aplicação, como o caso das famosas alucinações da I.A.

Confesso a vocês que, como professor, acho bastante enfadonho repetir conceitos históricos e explicar pela milésima vez a mesma teoria. Essa parte repetitiva seria interessante delegar para a I.A.

O professor ficaria com a parte prazerosa, rica e produtiva da aula, que é fomentar o raciocínio crítico, perceber a necessidade e a dúvida de um determinado aluno com um simples olhar, interconectar assuntos e áreas, problematizar etc.

Vamos combinar, quem é professor sabe do que estou falando: repetir teorias mina as energias que poderiam ser gastas com aquilo que mais importa. Deixar o repetitivo com a I.A. e se dedicar ao humano, ao diferencial, me parece fazer muito mais sentido.

Com isso, sobra tempo para se aproximar do aluno, ter contato, conhecer suas dificuldades, seus obstáculos pessoais, seus desafios, e construir um relacionamento de confiança e apoio. Isso faz toda diferença, mas poucos professores têm tempo para esse propósito.

Gosto de trazer essas reflexões, mas por enquanto não passa de um exercício prazeroso de futurologia. A prática, como está fazendo o professor Pan, é que nos mostrará como as coisas de fato se desdobrarão.

* Imagem gerada pelo GEMINI com um prompt para que criasse uma imagem de uma escola futurista.

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